A Copa do Mundo da FIFA 2010 ainda está muito viva na memória de todos, mas as eliminatórias para as próximas edições dos torneios continentais já estão em andamento. Algumas seleções com pouca tradição estão surpreendendo no caminho para a próxima Copa Africana de Nações, que será sediada por Gabão e Guiné Equatorial.
Dois dos países que mais ascenderam no último Ranking Mundial da FIFA/Coca-Cola têm pouquíssimo renome no futebol. No entanto, se Guiné e Guiné-Bissau mantiverem a boa fase, poderá haver três Guinés disputando a próxima CAN, já que um dos anfitriões é justamente Guiné Equatorial. Os dois países fazem fronteira e se localizam na África Ocidental, uma região que costuma revelar muitos bons jogadores. Entre as muitas coisas que as duas nações têm em comum está o fato de que ambas estão fazendo de tudo para estarem presentes no torneio continental em 2012.
Ascensão de 21 posições no ranking
Embora Guiné-Bissau tenha dado o maior salto no ranking, subindo 48 posições e chegando à 140ª colocação, a Guiné costuma ser considerada uma equipe mais forte no continente africano. Os Elefantes da Nação escalaram 21 lugares no último ranking e, hoje, estão na 81ª colocação do mundo. Após derrotar o Mali em um amistoso e Etiópia nas eliminatórias para a CAN, a Guiné se tornou a 18ª força do continente. Na última partida, os guineanos foram a Addis Abeba, capital da Etiópia, e golearam os seus adversários. Com gols de Ibrahima Yattara, Oumar Kalabane, Karamoko Cisse e Kamil Zayatte, os comandados do técnico Michel Dussuyer não poderiam ter tido um começo melhor no torneio classificatório. O país está na liderança do Grupo B, à frente da favorita Nigéria.
A vitória sobre a Etiópia foi a primeira partida de Dussuyer na sua volta ao cargo de técnico após seis anos longe da seleção. Antes disso, ele havia conduzido o país de dez milhões de habitantes às quartas de final da CAN 2004, o melhor resultado da Guiné desde 1976. Depois disso, a nação entrou no ritmo e também ficou entre os oito melhores nas duas edições seguintes do torneio. Surpreendentemente, Guiné não conseguiu se classificar para a Copa Africana de Nações 2010 e sequer chegou a ter chances reais de obter uma vaga para a África do Sul 2010. Nas eliminatórias para ambas as competições, a equipe chegou à rodada final depois de liderar um grupo difícil que também contava com Quênia, Zimbábue e Namíbia. No entanto, a seleção guineana parecia perdida na fase seguinte, contra Costa do Marfim, Burquina Fasso e Malaui, e obteve apenas três pontos ao derrotar os malauianos em casa.
Novos tempos em Guiné-Bissau
Enquanto os seus vizinhos já se classificaram para nove edições da Copa Africana de Nações, Guiné-Bissau nunca disputou o torneio e é considerada uma das seleções mais fracas do continente. No entanto, impulsionado por um técnico português e um grande influxo de jogadores expatriados e nascidos no exterior, o país de dois milhões de habitantes começou o torneio classificatório com uma impressionante vitória por 1 a 0 sobre o Quênia no começo do mês, jogando em casa, no Estádio 24 de Setembro.
No ranking divulgado anteriormente, Guiné-Bissau estava na 188ª posição, 72 lugares atrás do Quênia. Em parte, isso era um reflexo do fato de que a seleção nacional não jogava uma partida oficial há quase três anos. A vitória na estreia das eliminatórias foi ainda mais significativa, considerando que o país não vencia um jogo desde 1996, além de ter sido eliminado no torneio classificatório de 2010 logo na primeira fase, ao perder de Serra Leoa por 1 a 0 na soma dos placares.
Guiné-Bissau marcou o gol da sua vitória logo aos 14 minutos de bola rolando, após uma falha na defesa adversária. Foi um resultado surpreendente, já que a seleção queniana conta com nomes como McDonald Mariga, da Internazionale de Milão. Para o Quênia, a derrota causou a demissão do técnico Twahir Muhiddin. Já o treinador de Guiné-Bissau, Norton de Matos, e os seus comandados devem estar muito felizes com a liderança provisória do Grupo J, uma honra que eles estão dividindo com Uganda. Na segunda semana de outubro, os azarões enfrentarão Angola, que está na última colocação da chave depois de ter sido derrotada por Uganda.
"Foi uma vitória importante", comentou Matos, que vive no Senegal. "Esta vitória nos dará melhores condições para que no futuro as pessoas acreditem que temos bons jogadores, jogadores que, dentro do contexto da África, podem desempenhar um papel realmente importante em todas as partidas que disputam. Mas não podemos ficar eufóricos por enquanto. Ainda temos um mês para nos prepararmos para o nosso jogo contra Angola e, mais uma vez, vamos lutar pelo melhor resultado possível com a mesma confiança e entusiasmo."
A seleção da Guiné, por sua vez, também terá um grande desafio na próxima rodada, quando receberá a Nigéria na capital Conakry. Ao menos, os Elefantes da Nação terão as estatísticas a seu favor, já que nunca foram derrotados pelos nigerianos em casa.
Fonte: Fifa.com
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